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Como comparar resultados entre Equipamentos

Este artigo vai lhe guiar sobre os cuidados e os principais pontos que devem ser observados ao comparar resultados de medição de Colorímetros ou Espectrofotômetros.

As cadeias de produção nas indústrias normalmente incluem escritórios e instalações de fabricação espalhados por continentes. Saber como comparar resultados medidos por dois ou mais equipamentos é fundamental para minimizar a inconsistência de cores no produto acabado.

Ao comparar os resultados entre equipamentos esteja atento a todos os seguintes pontos:

1. Tipo de equipamento
O Tipo de equipamento deve ser o mesmo em ambos os lados, portanto não é possível comparar o resultado medido por um colorímetro com o resultado de medição de um Espectrofotômetro. Isto porque são equipamentos que captam a luz de forma diferente, sendo o Espectrofotômetro um instrumento mais completo e capaz de medir a cor de forma absoluta. Veja mais no Artigo Colorímetro X Espectrofotômetro.


2. Geometria óptica
A geometria óptica é um item construtivo do equipamento, a qual define a forma como o Colorímetro ou o Espectrofotômetro irão medir a cor em termos de geometria, que é a disposição da fonte de luz e do sensor. Esta disposição é padronizada nos equipamentos, ou seja, existem normas que regem geometrias padrões como a 45/0°, d/8° ou d/0°, estas duas últimas ainda possuem configurações SCI (especular inclusa) e SCE (especular exclusa). Para mais informações veja no Artigo Geometria Ópticas. E naturalmente geometrias diferentes produzem resultados diferentes. É fundamental que ambos os equipamentos possuam a mesma geometria óptica.

3. Iluminante/Observador
Deve ser o mesmo entre ambos os equipamentos. Ex.: D65/10°

4. Espaço de Cor
Deve ser o mesmo entre ambos os equipamentos. Ex.: CIELab, HunterLab, etc.

5. Fórmula de diferença de cor
Deve ser o mesmo entre ambos os equipamentos. Ex.: CIE 1976, CIE 2000, CIE 1994, CMC. No caso das fórmulas de diferença de cores que tenha parâmetros, deve-se atentar para utilizar os mesmos parâmetros entre ambos os equipamentos. Ex.: CMC l2 c1.

6. Faixa espectral
É importante verificar a faixa espectral que ambos equipamentos medem, ajustando para que estejam iguais. No caso de cores o intervalo considerado é de 400nm a 700nm, normalmente com resolução de 10nm. Porém existem espectrofotômetros e colorímetros que medem o intervalo ultravioleta também ou que iluminam a amostra com luz ultra violeta o que gera resultados diferentes e, as vezes, totalmente incompatíveis principalmente se a amostra possui algum branqueador óptico ou componente similar.

7. Procedimento de medição
Ambos equipamentos devem medir da mesma forma, ou seja, medir em um ponto apenas ou medir com média de x leituras. Medir sobre mesmo ponto, principalmente se a peça for grande, pois provavelmente haverá pequenas diferenças de cores na própria peça.

No caso de tecidos, controlar o número de dobras ou não dobrar o tecido e utilizar o mesmo fundo padrão, recomendamos uma cerâmica branca.

No caso de materiais translúcidos, deve-se usar o mesmo fundo de medição, sendo que novamente recomendamos uma cerâmica branca.

Amostras que mudam de acordo com a orientação direcional requerem ainda mais cuidado. Posicione as amostras usando a mesma orientação ou faça a média de várias medições em pelo menos quatro orientações diferentes por exemplo.

Procure sempre usar a maior área de abertura possível sobre a amostra.

8. Condições do ambiente
A temperatura ambiente, umidade, ou seja as condições do ambiente influenciam no resultado da medição. Por isso ambos equipamentos devem estar operando dentro de condições muito similares para evitar desvios relativos as condições ambientais.

Há ainda as mudanças termocrômicas - variações em pigmentos e corantes devido a flutuações de temperatura - comprometem a precisão dos recursos de medição de cores do seu instrumento. Sempre que houver uma mudança na temperatura deve-se medir novamente o padrão antes de medir as amostras de produção.

9. Manutenção e calibração
É essencial manter a manutenção do instrumento em dia para garantir que o mesmo atenda as especificações esperadas. Recomendamos realizar a calibração anualmente com o fabricante.

10. Padrão de cor
Garanta que o padrão medido pelo outro instrumento esteja dentro dos limites estabelecidos, ou seja, que seja equivalente ao medido por você.

11. Calibrar, recalibrar
Calibre no preto, branco e faça a checagem na cerâmica verde no mínimo no início de cada turno de trabalho.

Faça uma manutenção cuidadosa dos padrões de calibração, mantenha limpos, livre de sujeira e cuide do seu armazenamento para que não fiquem expostos a luz ambiente após o uso.

Além da limpeza, recomendamos recalibrar seu instrumento de medição de cores com mais frequência. O padrão seria calibrar diariamente, recalibrar a cada duas a quatro horas, e imediatamente antes de uma tarefa de medição particularmente importante, pode melhorar o desempenho. A calibração mais frequente reduz o risco de erros de deriva causados ​​por flutuações de temperatura, fonte de luz e outros fatores atmosféricos.